Brazil

Thanks to my sweet nephew Laura from Brazil!

 

La canzone di Marinella

Esta de Marinella é a história verdadeira
que escorregou no rio na primavera,
mas o vento que a viu assim bela
do rio a levou sobre uma estrela.

Sozinha sem a lembrança de uma dor
vivia sem o sonho de um amor,
mas um rei sem coroa e sem escolta
bateu três vezes um dia na tua porta.

Branco como a lua o seu chapéu,
como o amor vermelho o seu manto,
tu o seguiste sem uma razão
como um garoto segue a pipa.

E havia o sol e tinha os olhos belos,
ele te beijou os lábios e os cabelos,
havia a lua e tinha os olhos cansados,
ele apoiou suas mãos nas tuas ancas.

Foram beijos e foram sorrisos,
depois foram somente as flores-de-lis
que viram com os olhos das estrelas
vibrar, ao vento e aos beijos, a tua pele.

Dizem depois que enquanto retornavas,
no rio, quem sabe como, escorregavas,
e ele, que não te queria crer morta,
bateu cem anos ainda na tua porta.

Esta é a tua canção Marinella,
que voaste no céu sobre uma estrela,
e como todas as mais belas coisas,
viveste somente um dia, como as rosas.

E como todas as mais belas coisas,
viveste somente um dia, como as rosas.

 

La guerra di Piero

Dormes sepultado num campo de trigo,
não é a rosa, não é a tulipa
que te velam dá sombra dos fossos,
mas são mil papoulas vermelhas.

Ao longo das margens do meu torrente
quero que desçam os peixes prateados,
não mais os cadáveres dos soldados
levados nos braços dá corrente.

Assim tu dizias e era de inverno
e como os outros em direção do inferno
tu caminhas triste como quem deve.
O vento te cospe na cara a neve.

Pare Piero, pare agora,
deixas que o vento te passe um pouco no corpo,
dos mortos em batalha te leve a voz.
Quem deu a vida teve em troca uma cruz.

Mas tu não o ouvistes e o tempo passava
com as estações a passo de dança
e chegastes a passar a fronteira
num belo dia de primavera.

E enquanto marchavas com a alma nos ombros
viste um homem no fundo do vale
que havia teu mesmo idêntico humor
ma a farda de uma outra cor.

Disparas-lhe Piero, dispara-lhe agora
e depois de um tiro dispara-lhe ainda
até que tu não o verás exangue
cair no chão a cobrir seu sangue.

E se lhe dou um tiro na testa ou no coração
terá somente o tempo para morrer,
mas para mim ficará o tempo de ver,
ver os olhos de um homem que morre.

E enquanto tu lhe reservas esta atenção
aquele se vira , te vê e fica com medo,
e apoiada no ombro a artilharia
não retribui a cortesia.

Caístes no chão sem um lamento
e reparastes num só momento
que o tempo não seria bastante
para pedir perdão por cada pecado.

Caístes no chão sem um lamento
e reparastes num só momento
que a tua vida acabava aquele dia
e não teria uma volta.

Ninetta minha, morrer de maio
é preciso ter tanto, demais coragem.
Ninetta bela, direto para o inferno
teria preferido ir de inverno.

E enquanto o trigo te estava ouvindo,
entre as mãos apertavas o fuzil,
dentro da boca apertavas palavras
demais geladas para derreter ao sol.

Dormes sepultado num campo de trigo,
não é a rosa, não é a tulipa
que te velam dá sombra dos fossos,
mas são mil papoulas vermelhas.